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Você tem fome de quê?

A primeira frase é um trecho de uma música conhecida e pode parecer que

na segunda estamos cantando o verso errado, mas não é isso. Quero dizer

que somos movidos por nossos desejos e, também, pelos nossos medos.

Para cada um de nossos desejos há um medo correspondente. É o constante confronto entre os dois sentimentos que nos move ou paralisa.

O objetivo da vida é o autoconhecimento. Podemos descobrir muito de nós mesmos se observarmos nossos medos e desejos.

O medo nos faz fugir de nossos desejos mais verdadeiros e profundos.

Nos distraímos com desejos menores que não trazem medos tão difíceis

de lidar; acreditamos ser um mal menor para não buscarmos o desejo essencial, nossa fome mais verdadeira que nos diz o que somos e o que precisamos realizar.

O desejo que deveria ser a nossa bússula fica, muitas vezes, escondido

no porão de nossas almas, naquela parte quase inconsciente, por não querermos ou acharmos que não podemos tomar consciência dele.

O medo apavorante correspondente torna–se o cão-de-guarda da porta

do nosso porão.

Por algum tempo vivemos aparentemente felizes, esquecidos do problema,

mas não o resolvemos, sentamos em cima dele, pisamos nele para não saber, porém ele não tarda em voltar a nos morder, a nos incomodar.

Assim o medo que não superamos e o desejo que bloqueamos geram patologias.

Vejo em meu consultório relatos de um vazio que nada preenche e, também, tentativas de preencher esse vazio com comida, compras, trabalho, bebida,

sexo, jogo, cigarro e tudo o que pode se tornar compulsivo.

Esse espaço vazio também pode ser preenchido com medo, pânico e tristeza.

Quantos desejos de receber amor ou de receber aprovação não estão escondidos no medo de falar em público, no medo de termos mais sucesso

que nossos pais ou parceiros, só para citar exemplos.

A boa notícia é que as vezes o desejo essencial nem é tão ameaçador assim,

mas o caminho para chegar até ele pode passar por questionamentos de certos valores e mudanças de algumas rotas que fomos, ao longo do nosso percurso, levados a acreditar serem as melhores.

Crescer é enfrentar os medos e desejos de cada fase, estes são desafios que

a vida nos propõe e que precisamos transpor.

Para alguns é necessário apoio profissional nesta busca pois, o que às vezes pode parecer difícil fica muito mais fácil quando não estamos sozinhos.

(Baseado no livro Caminhos da Realização de Jean Yves Lelloup, e na experiência de trabalho com este tema em clínica psicológica).

Ana Paula Sampaio-
Psicóloga, Palestrante e Consultora

Sou formada em psicologia, especialista em psicologia clínica junguiana

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